Vale a pena entrar em consórcio? Veja prós e contras e para quem é indicado

18 de novembro de 2020 | Imprensa

Imagem - Fiduc

Tecnicamente, consórcio não pode ser classificado como investimento. Segundo o Banco Central, é a reunião de pessoas ou empresas em um grupo, promovida por uma administradora de consórcio, com a finalidade de adquirir bens e serviços por meio de autofinanciamento.

Para quem vale a pena

“O consórcio é um investimento que funciona como uma poupança forçada”, afirmou o vice-presidente de negócios da Embracon, Luís Toscano. “É uma forma de juntar patrimônio para um objetivo específico.”

Para o diretor de planejamento financeiro da Fiduc, Valter Police Jr., o consórcio funciona bem para um perfil muito específico de consumidor.

“Para o consórcio valer a pena, a pessoa precisa de três características: não ter dinheiro para adquirir o bem à vista, não ter urgência para a posse desse bem e precisa admitir que não tem disciplina para investir todos os meses em uma aplicação”, diz Police.

Como funciona o consórcio

Os consórcios mais comuns são para adquirir carros, motos e imóveis. Há outros, para eletroeletrônicos e até serviços, como viagens. Os grupos têm duração de 12 a 180 meses.

O custo de cada cota de consórcio é basicamente o valor do próprio bem mais uma taxa de administração, da ordem de 18%. Esses valores são cobrados de forma diluída em parcelas mensais.

Mais barato que financiamento

Vamos usar como exemplo um carro no valor de R$ 50 mil.

Consórcio: se fosse adquirir esse carro em um consórcio com prazo de 60 meses, a taxa de administração seria de R$ 9.000 (18% de R$ 50 mil). Assim, as parcelas mensais seriam de R$ 983,33, sendo R$ 833,33 referentes à parcela do carro e R$ 150 correspondentes à taxa de administração.

Financiamento: se o mesmo carro fosse financiado em um banco, com uma das taxas mais baixas praticadas hoje, na casa de 1% ao mês, a mensalidade sairia por cerca de R$ 1.112,22.

“O consórcio pode se apresentar como alternativa mais barata que o financiamento”, diz o vice-presidente da Embracon.

Pode demorar para conseguir o bem

O problema, apontam consultores financeiros, é a questão da posse do bem, que no consórcio é incerta. O consumidor pode ter sorte e já colocar a mão no produto em um mês após assinar o contrato, mas também pode ter que esperar o pagamento de todas as prestações.

A entrega do bem ao consumidor depende de sorte ou de um verdadeiro leilão. No consórcio, todos os meses há um sorteio que contempla um dos integrantes do grupo. Também é possível obter o produto dando um lance, como se fosse um leilão —quem der o valor mais alto leva o item. O valor pago no lance é descontado do custo final.

Cuidados a tomar

1. Aprovação de crédito

Consórcio também tem aprovação de crédito. Se o cotista tiver o perfil de crédito recusado após ser contemplado, pode ser obrigado a esperar até o fim do grupo para colocar a mão no bem. Ou seja: só vai ter a posse depois de pagar todas as prestações.

“Por isso, minha recomendação é que essa avaliação de crédito seja feita logo no início do grupo, antes da adesão ao consórcio”, afirmou o consultor.

2. Checar administradora do consórcio

É preciso checar com cuidado a solidez da administradora do consórcio. Antes de entrar em um grupo, é fundamental checar no Banco Central se o administrador do consórcio está regularizado, não tem pendências e, portanto, é uma empresa segura e legal.

Fonte: João José Oliveira do UOL, em São Paulo