Mesmo com perdas, Tesouro segue mais vantajoso do que a poupança

20 de outubro de 2020 | Imprensa

Imagem - Fiduc

Os investidores com recursos guardados em títulos públicos ligados à taxa básica de juros, a Selic, viram a aplicação ter uma rentabilidade negativa em setembro pela primeira vez desde 2002.

Apesar das quedas recentes, especialistas ouvidos pelo Economize garantem que os títulos do Tesouro seguem mais atrativos do que a tradicional caderneta de poupança.

Enquanto o Tesouro Selic oferece atualmente uma remuneração em torno de 135% da Selic, a poupança paga aos aplicadores cerca de 70% da taxa básica. O ganho da caderneta representa uma rentabilidade na casa de 1,4% ao ano, valor que resulta em uma perda real do valor aplicado.

“Se a pessoa quer um investimento que não oscile nada, ela precisa entender que vai ganhar praticamente nada. Para ter uma expectativa de ganho maior, é necessário aceitar que as vezes isso vai oscilar mais ou manos que se imaginava, podendo ser uma variação negativa”, afirma o planejador financeiro da Fiduc, Valter Police, ao comparar os investimentos de perfil mais conservador.

O diretor comercial da Easynvest, Fabio Macedo, diz que o investimento no Tesouro Selic segue vantajoso para aquelas pessoas em busca de um título para manter por ao menos seis meses. Ele, no entanto, não recomenta a aplicação neste momento para quem vai resgatar a grana mais cedo.

“Para quem vai precisar do dinheiro para daqui a um mês, talvez seja o momento de buscar por um CDB com liquidez diária, que paga 100% ou 105% do CDI, para fugir dessas volatilidades”
Fabio Macedo, diretor comercial da Easynvest

Motivações

Para Valter Police, o movimento recente do Tesouro como positivo para “as pessoas entenderem que renda fixa só é fixa no nome” e varia como todos os demais investimentos.

“Todo título de renda fixa cumpre aquilo que ele promete na data do vencimento, mas entre o momento da aplicação e a data final, eles oscilam”

Valter Police, planejador financeiro da Fiduc

Macedo explica que a rentabilidade negativa em setembro foi causada pela cobrança de um “prêmio” maior exigido pelo mercado para o pagamento da dívida pública.

“Dada toda essa incerteza e a baixa taxa de juros, o mercado começou a questionar a capacidade do governo de honrar suas dívidas daqui para a frente”
Fabio Macedo, diretor comercial da Easynvest

Police ressalta que as movimentações deixaram os investidores “menos confortáveis” em receber apenas a Taxa Selic ao emprestar recursos para o governo. “Com o aumento da taxa exigida, ocorreu a queda do rendimento, porque o título passou a valer menos com o interesse de ganhar mais dos novos compradores”, afirmou.

Além do Tesouro Selic, os títulos públicos atrelados ao IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) também amargaram perdas expressivas no último mês.

Conteúdo por: Portal R7